Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Civil em Tocantínia, na região central do estado. Agentes apreenderam até senhas das vítimas escritas em papéis.
Na manhã desta quinta-feira (26) a Polícia Civil cumpriu seis mandados de busca e apreensão contra comerciantes de Tocantínia, na região central do estado, suspeitos de reter cartões bancários de indígenas e idosos da cidade. A suspeita da polícia é que o objetivo dos empresários era garantir o pagamento dos produtos adquiridos pelas vítimas nos estabelecimentos.
Durante as buscas foram apreendidos diversos cartões e senhas anotadas em papéis. A investigação está sendo feita pela 69ª Delegacia de Polícia de Tocantínia. A operação foi chamada de Borduna.
As vítimas seriam indígenas do povo Xerente, além de idosos e outros moradores da região. As investigações iniciaram após o Ministério Público Federal (MPF) enviar uma notícia crime de que cartões bancários utilizados para sacara auxílios do Governo Federal estavam sendo retidos pelos comerciantes.
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Agente da polícia durante cumprimento de mandado de busca ©Polícia Civil/Divulgação |
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os cartões ficavam com os comerciantes e, à medida que os benefícios eram depositados, os valores eram debitados das contas. Há indícios de que os empresários sabiam, inclusive, as senhas bancárias dos indígenas e realizavam saques mensalmente.
O delegado Hismael Athos, responsável pelas investigações, informou que é crime reter cartão de idoso e que a operação, inicialmente, servirá de alerta para que os povos indígenas retomem seus documentos e cartões pessoais.
“Orientamos que os beneficiários dos recursos busquem pessoas de sua confiança para realizar os saques bancários e jamais entregue seus cartões bancários a terceiros”, disse.
A Polícia Civil informou que a operação foi batizada de Borduna em homenagem uma espécie de armamento indígena, fabricada em madeira maciça e utilizado em caçadas ou mesmo para em situações de ataque e defesa.
Por G1 Tocantins
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